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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sexualidade e amamentação

O nascimento de um filho, pode levar a uma grande mudança na vida sexual de uma mulher. Para melhor compreensão desta alteração é necessário perceber o que acontece desde a gravidez.


  • Sexualidade durante a gravidez

São raras as contra-indicações à actividade sexual durante a gravidez.
O aumento significativo nos níveis de estrogénios e progesterona que ocorre durante a gravidez faz com que as zonas erógenas como os órgãos genitais externos e seios que são mais irrigadas e inervados fiquem mais sensíveis. Em geral, o aumento da libido (desejo sexual)faz com que seja mais fácil atingir o orgasmo. Quando uma mulher grávida é sexualmente estimulada, o volume de sangue aumenta e mais o oxigénio o bebé poderá receber juntamente com a transmissão de sensações de prazer através das endorfinas. Ter uma vida sexual activa durante a gravidez também ajuda ao "amadurecimento" do colo do útero. Mas a libido não é só influenciada por hormonas, vários especialistas concordam que o cérebro é ao mesmo tempo o criador e destruidor do desejo sexual. Isto pode explicar porque algumas mulheres sofrem uma diminuição na libido apenas durante a gravidez, quando está fisicamente preparada para o oposto.
Em geral, as mulheres que vivem as mudanças do seu corpo com alegria, que se vêem lindas e radiantes no espelho,  tendem a ter uma vida sexual mais activa durante a gravidez. Em contraste, as mulheres cuja gravidez não é desejada, e se vêem como disformes, não vivem bem a sexualidade na gravidez. As reacções dos homens são diferentes: alguns, ao verem tanta curva dispara-lhes a  libido. Outros, no entanto, com medo de prejudicar o bebé ou a esposa, podem ser invadidos por  uma diminuição do desejo sexual.


  • Tudo muda quando o bebé nasce
Após o parto, a libido diminui para níveis inimagináveis ​​pela maioria das mulheres. Na verdade, o declínio do interesse sexual pela fêmea é uma vantagem evolutiva, uma reacção que a natureza desenvolveu para preservar o interesse da mãe pelo seu recém-nascido. As únicas espécies de mamíferos que têm relações sexuais durante a lactação são seres humanos e cangurus.



  • Causas hormonais

A causa mais importante é hormonal. A placenta segregava quantidades astronómicas de estrogénios e progesterona e após o nascimento o mesmo não se verifica. Os níveis destas hormonas caem abruptamente e além disso aumenta a prolactina, uma substância que causa diminuição do desejo sexual. Hormonalmente falando, uma mulher a amamentar, nos primeiros seis meses, é semelhante a  uma mulher na menopausa, inclusive pode apresentar sinais comuns desse período tais como secura vaginal e afrontamentos. Após essa tempo, embora continue a amamentar, os níveis de prolactina não atingem os valores tão elevados como no pós-parto imediato e a produção de leite deixa de ser um fenómeno endócrino (controlado por hormonas ) e mantida devido à sucção e esvaziamento frequente das mamas. Níveis basais de estrogénios, progesterona e testosterona começam a subir novamente, e libido começa a recuperar.
  • As causas físicas e influência do nascimento
Às alterações hormonais podem juntar-se outros factores tais como privação de sono e fadiga. Estes, atingem não só as mulheres mas também os homens que cuidam do bebé.
É difícil encontrar um tempo para a relação sexual, e quando aparece, é bem possível que seja interrompido pelo choro do bebé.
O trabalho de parto tem uma grande influência sobre a sexualidade de uma mulher.
 Dar à luz é um evento cheio de sensações fortes e intensas, muitas delas associadas a dor pélvica que pode durar dias devido à episiotomia, por exemplo. Não é assim tão simples, ligar o "modo prazer", quando o "modo dor" esteve recentemente ligado durante um longo período.
Por vezes, a episiotomia causa dispareunia (relações sexuais dolorosas) a longo prazo.
Nessas situações, é melhor adiar a relação sexual.  Pode também ter relações sexuais sem penetração de forma variada, e carícias são particularmente importantes nesta fase. Use lubrificante para combater a secura vaginal, paciência, amor e respeito. Na dúvida procure ajuda junto do seu médico de família.
É possível que, algumas mulheres que tiveram parto normal, não tenham grande diminuição da libido e não terem qualquer tipo de problema para reiniciar a actividade sexual.



  • E a parte emocional?

Após o parto, a mãe criou um forte vínculo com o bebé, as endorfinas segregadas em abundância durante o parto criaram uma nuvem de amor em que só entra o recém-nascido e a mãe. Quase toda a energia sexual e emocional  é direccionado para o recém-nascido numa relação perfeita de amor mútuo.

No pós-parto a maioria das mães precisam de amor, carinho e protecção do seu parceiro. Querem abraços e palavras carinhosas, e podem não sentir vontade de ter relações sexuais. Os pais podem interpretar mal e sentirem-se rejeitados e terem sentimentos de culpa porque a sua parceira se tornou distante e totalmente absorvida pelo bebé. 
Nestes casos, o pós-parto torna-se um verdadeiro teste para o casal.

Para superar isso, a comunicação é crucial. Ele deve saber que existem alguns factores físicos e emocionais importantes que causam diminuição do desejo à sua mulher, mas que ela ainda o ama e que precisam mais do que nunca. E ela deve saber que ele se pode sentir solitário e de parte, fora da nuvem de amor. O pai pode abraçá-la, dar carinho sem esperar sexo em troca, e muito possivelmente isso vai levar a melhorar o relacionamento, e assim,  aumentar o desejo sexual de sua esposa.
Uma vez que a mãe segrega oxitocina  durante o orgasmo, algumas mulheres podem ter um reflexo de ejecção com a produção de leite.



  • É normal sentir prazer sexual ao amamentar?

Algumas mulheres sentem prazer ao amamentar os filhos, o que pode dar origem a uma grande confusão e até mesmo sentimento culpa. O tabu do incesto é muito forte, e qualquer sentimento sexual directamente relacionada com as crianças é imediatamente  interpretado como algo a ser suprimido. Mas não devemos perder de vista que a amamentação, como a gravidez, faz parte do ciclo sexual e reprodutivo das mulheres, e que dança hormonal que ocorre quando o bebé suga o mamilo da mãe pode muito bem desencadear sensações de prazer físico. Finalmente, depois de tudo, a natureza tem sempre assegurado que todas aquelas actividades que são essenciais para a manutenção da vida (comer, reproduzir, sono) parecem agradáveis. A amamentação não é uma excepção, e em condições normais de amamentação é uma experiência maravilhosa para a mãe e para o bebé. Algumas mulheres também podem vivenciar sensações mais intensas e até mesmo a excitação sexual. Saber que é perfeitamente normal, pode ajudar a disfrutar esses momentos em pleno. 

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